Hoje estou irritado! Vou parar de escrever! Escrever é por idéias, vidas, pensamentos, verdades e mentiras em forma de palavras. E essas palavras podem ser copiadas, enviadas, impressas, lidas e repetidas. Elas não valem nada por si só! Antigamente até tínhamos manuscritos, que poderiam valer uma fortuna depois de algumas centenas de anos. Mas hoje, não existe o objeto da escrita.
Já um quadro ou uma escultura são coisas únicas. Você pode fotografar, descrever e analisar mas o objeto continua sendo único. e é essa diferença que me revolta.
Feliz o tal de Alberto Giacometti, um escultor suiço que fez esta coisa aí abaixo:
Sem querer discutir o valor de se ser artista, teve um tal de senhor anônimo que comprou esta escultura pela bagatela de 104 milhões de dólares!
Não vou discutir o assunto do que se deveria fazer com este dinheiro, não vou entrar nas demagogias ou liberdades alheias.
O que me chama a atenção são alguns pontos que não são divulgados com veemência:
- A escultura pertencia a um banco. Assim, quem ganhou dinheiro foi o banco e o leiloeiro.
- Na verdade esta escultura não é única. O artista fez o molde e tirou pelo menos dez cópias.
- Esta obra chama-se algo como "L'Homme qui marche I" e existe ainda a obra L'Homme qui marche II, também com várias cópias.
E além de tudo, é feia demais!
Irritação comentada, documentada. Mas não vão poder leiloar nem a caneta nem o papel marcado com a raiva do famoso escritor George ao se expressar sobre a venda da escultura!
Sejamos felizes, então, com o poder da palavra, sua volatilidade e imediata compreensão ou negação. Sejamos felizes então, com as armas das letras, palavras e frases que por si só nada trazem, mas embalam verdades e mentiras que têm a possibilidade de serem eternas.
Viva a palavra, que depois de proferida a todos pertence.
Que sejam felizes minhas palavras de hoje.
Obrigado por me ouvirem num sábado, onde nada ensinarei e nada quererei dizer além de um momento de mim mesmo.
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