INSTRUÇÕES DE USO

Você está proibido de ler este blog fora de ordem! A nova ciência da tecnologia criou uma nova ditadura de formas e conteúdos e tive que fazer algumas mágicas para que as coisas apareçam na ordem certa (mas nem sempre funciona)!
Embaixo você vai poder ler as últimas partes escritas (mas só se você já leu o resto) - não me obedecer pode gerar sua expulsão desta minha doação literária! Para ajudar, olhe à sua esquerda e vai ver um índice... sabe o que fazer com ele?

domingo, 31 de janeiro de 2010

Conversas...Conquistas...

Você, leitor, o que escutar hoje de mim?
Aproveita que estou bonzinho! Mas não é graças a você e sim a outras pessoas que me deixam nervoso e só de vingança eu fico bonzinho com os outros.
Ah, você quer que eu fale sobre as coisas que me deixam nervoso? Já sei... isso é um truque da sua magnânima bondade! Se eu ficar nervoso com você, vou ficar bonzinho com outros e assim você acaba fazendo uma boa ação! Muito esperto!
Mas vamos lá, vamos ver se eu consigo destruir teu plano, pelo menos em parte.
Na verdade não estou nervoso, ninguém mais consegue me deixar assim (já sei, você deve estar usando sua lógica dedutiva e concluindo que se não mais fico nervoso, não sou mais bonzinho, ou, alternativamente, sou um simples mentiroso - duas deduções inúteis...).
Na verdade, tenho me perguntado se é mais importante falar baixinho para ouvidos que ouvem ou gritar para os surdos. Deixe-me consertar a pergunta: se falo baixinho e parece que não me ouvem devo gritar, indicar um otorrino ou mudar de ouvinte?
Já sei, já sei, você não tem a menor idéia!
Me faz um favor, então! Seja um ouvinte apenas, daqueles que não retrucam e nem interrompem... pode ser? Só hoje, por favor?

A partir deste instante esta conversa é unidirecional, por assim o quero:

Falava eu de falar... mas o ato de falar envolve muito mais que simples capacidades vocais e mentais. Ao se falar, se quer ser escutado, levado a sério, mesmo que você tenha que deturpar um pouco as idéias (mas nunca os ideais). Para isso você tem que saber escolher quem será castigado pelas tuas palavras ou ter a sorte do seu ouvinte saber escolher de quem quer escutar (pode ser até por inspiração divina).
E ao falar, você tem que se sentir feliz em dizer. Tem que ser praticamente uma descoberta conjunta, ou pelo menos a primeira formatação de pensamentos soltos. Se você vai falar algo que já pensou e formatou, vira discurso, você vira egoísta e com isso nada ganha.
Sim, porque o maior motivo de se querer falar é ganhar a forma das palavras para suas idéias perdidas ou ainda não encontradas. Só assim elas, as idéias, têm a chance de se tornarem perenes ou pelo menos duradouras.
Mas falar para o vazio é doloroso, é como mergulhar em si mesmo através de ouvidos de outrem e encontrar apenas escuridão, rezando que quando você disse que o poço era raso, você tivesse acertado. Eventualmente você chega ao fundo e, por mais raso ou fundo que tivesse sido, te dói ter caído sozinho.

Voltemos à conversa bidirecional. Pode falar, se quiser.

E agora, com essa mania de novas tecnologias, ganhamos e perdemos. Ganhamos porque agora consigo falar quando sinto vontade sem ser imediatamente ouvido (como agora neste blog, seu tonto!) mas na crença absoluta que os ouvidos que me lerem não serão mudos ou surdos. Mas perdemos, porque perco seu olhar, suas reações, seu sorriso do meu sucesso ou seu olhar duro do meu avançar por caminhos que não devia. Ganho porque te alcanço, perco porque te conquisto sem saber.

Final de Semana

Pessoal

Como hoje é domingo, vamos falar de domingo.
Para que serve um domingo? O domingo na verdade é reflexo da cultura em que este dia se encontra.
Uma das coisas brasileiras é ser a incoerência de ser o primeiro dia da semana e ao mesmo tempo o último dia do final de semana.
Já em outras culturas, ele está colocado lá no final, pertinho do sábado, é chamado apropriadamente de final de semana e tenta obedecer ao conceito "e no sétimo Ele descansou".
Mas eu tive a grande oportunidade (ou seria grandes oportunidades) de estar em Israel duas vezes e lá, o domingo é o primeiro dia da semana e é um dia normal de trabalho.
Nem sei te falar de outras culturas, mas não pense que é discriminação, é ignorância e preguiça de aprender mesmo. Mas se alguém quiser me ensinar, sinta-se à vontade.
Mas voltemos ao domingo que eu conheço. Se o chamaram de dia de descanso, o enganaram direitinho. Ele, junto com o sábado e a cultura moderna atual, são o que eu chamaria de dias saco de lixo. Senão, vejamos:
Se você tem um trabalho normal ou um estudo normal, ou faz de conta que tem, de segunda a sexta, você já sabe o que tem que fazer e pode ser um robozinho bem comportado, pois já programaram cada instante do seu dia (e noite) e ainda estão tentando ver se colocam mais algumas horas nas 24 já existentes. Você passa cinco dias da sua vida triste ou feliz, a escolha é sua, mas sem qualquer dúvida sobre o que tem que se feito. Aí chega o final de semana, que alguns, mais afoitos, tentam começar na sexta à noite mesmo. E aí você tem pela frente dois dias que, aparentemente, são seus. Aí, graças a deus, as pessoas começam a ter reações diferentes, mas sempre iguais:
  • Se você começou seu final de semana na sexta, enchendo a cara com os amigos e amigas, o sábado já amanhece morto, um lixo. Afinal, você tem que descansar para sair sábado à noite. E se sua consciência, parentes, vizinhos e amigos deixarem, você acorda no meio da tarde preocupado em saber o que fazer à noite. E isso se repete no dia seguinte, mas apenas a parte de perdê-lo, pois a farra do domingo à noite já é meio complicada devido à segunda.
  • Se você é dos que preferem usar o final de semana para coisas mais "produtivas", provavelmente já passou a sexta à noite planejando. É nesse momento que você mais aprende sobre ser um profissional: planejar (e realizar) com recursos parcos e dependendo de outros é uma tarefa se não hercúlea, muito frustrante. Se você planejou consertar o carro ou limpar a piscina ou levar o animal para o veterinário ou fazer umas compras básicas, ou resolver alguns problemas caseiros, você começou escolhendo tarefas não exatamente gratificantes e mesmo assim, muito concorridas, pois você com certeza não é o único a encarar o final de semana para estas tarefas. Vai ter que acordar cedo, vai ter que por o cérebro para trabalhar acelerado (afinal, você está saindo da rotina e ele não está acostumado), se for sair vai achar tudo cheio de gente igual a você e ainda vai ter que contar com a sorte de ninguém achar que você não vai fazer nada no final de semana e te escalar para alguma tarefa que você nem desconfiava. E isso é só o sábado. Espera chegar o domingo, quando você verifica que não fez tudo o que queria, que este dia é meio morto pois nem tudo está funcionando para te atender e você não pode exagerar em nada porque amanhã já é segunda.
  • Se começou seu final de semana pensando em viajar, espero que seja uma viagem muito importante e diferente. Porque o trabalho que dá viajar numa sexta à noite para voltar num domingo à tarde, só se for uma viagem especial.
  • Se você planejou passar o final de semana em família, com os filhos, os pais ou os netos, primeiramente você precisará verificar se o perfil deles não se encaixa em nenhum dos anteriores, ou seu final de semana pode ser ver filhos dormindo feito anjos ou gambás, cônjuges atarefados, netos à frente da televisão ou você simplesmente sozinho, na dúvida se segue a maioria ou se se revolta e declara o final de semana só seu.
Essas são apenas algumas das reações ao final de semana. Tenho certeza que se sentarmos num barzinho (num final de semana) você vai se lembrar de mais casos, vai rir, encher a cara, perder o sábado e esquecer o que deveria ter aprendido.
Então, como "resolver" esta situação?
Não me veja como o especialista, o cara que sabe de tudo, pois já passei por todas as fases acima, as achei normais e, a cada fase, as outras pareciam coisa de criança ou de velho. Mas não as esqueci, e assim hoje consigo ver o todo.
A solução é simples: esqueça que existe um final de semana e um meio de semana. Finja que não há rotinas e sim tempos. Veja o ontem, o hoje e o amanhã como uma coisa só. Ao invés de procurar os tempos para fazer as coisas, faça as coisas que os tempos permitem, facilitam ou exigem. E lembre-se que a melhor companhia para você fazer o que quer é você mesmo, não fuja disso.
Se pegou fila, se tá no trânsito, se está sozinho, se está de ressaca, curta sua própria companhia, troque idéias e experiências consigo mesmo (e isso vale para qualquer dia da semana) e você naturalmente fugirá do choque cultural imposto pela sociedade trabalhista.
Seja superior aos tempos burocráticos pois o verdadeiro tempo é aquele que você lembra, guarda e cresce. Os outros, onde você apenas passa, são desperdícios de algo que é infinito apenas para os outros.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Recreio ou não Recreio? Eis a questão!

Caro Aluno/Leitor

Tá na hora do recreio, né? Mas viver é aprender e não percamos a oportunidade.

Pense no recreio... agora vou dividi-los (vocês) em categorias:
  • Aqueles que sabem o que fazer com o recreio
  • Aqueles que sabem que o recreio é o intervalo entre aulas
  • Aqueles que sabem que o recreio é a coisa mais importante de suas manhãs e se preocupam tanto em aproveitá-lo que quando começam já acabou.
Se você for inteligente verá que sou um dos professores mais repetitivos que existem. Na verdade, o que digo aqui já disse algumas vezes e direi outras tantas, polidamente colocado nas formas mais didáticas possíveis.

O que eu estou fazendo é te mostrar que há pelo menos três tipos de alunos/gentes. Não quero ser o dono da verdade, ou o cara que sabe tudo, muito menos quero dizer que sei o que é certo e os que são errados, mas não é óbvio?

Vamos lá, responda rápido, que o recreio já está acabando! Não é óbvio? (Dica: se não souber adivinha, tem 50% de chance de errar e nenhuma de acertar).

Mas qual a pergunta? "Não é óbvio?" Se sua resposta for "sim", que dizer que é óbvio ou quer dizer que não é óbvio? E se sua resposta for "não"?

Pense... Pare... Pense de novo...Se pergunte mais uma vez: qual a pergunta? Qual o assunto? Qual o objetivo? Achou a pergunta? Descobriu o assunto? Perdeu o objetivo? Obviamente que sim para a última pergunta.

Então volte às três categorias e me diga a qual você pertence?

Será que até o fim do curso você terá mudado de categoria?

Pense em sua vida como este recreio... como quer que ele seja?

Acabou o recreio... de volta às aulas...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Aula 1: Aprender

Caros Alunos,

Chegou a hora da nossa primeira aula de verdade. E o assunto é aprender e para vocês serem bem sucedidos nesta primeira aula (que deve durar a vida toda), talvez a primeira coisa seja esquecer tudo que aprenderam até aqui sobre aprender.

Alguns podem ter dito que aprender é uma forma de se ser humilde. Mentira! Aprender é justamente o contrário. É uma forma de você se mostrar com raiva, com vontade de ser melhor que si mesmo!

Também não acreditem que aprender é receber as informações dos outros. Aprender é descobrir as respostas e não aprendê-las de outrem. É não se satisfazer em não saber.

Sim, é verdade, sem uma filosofia de vida adequada, isso se transforma em eterna insatisfação. Mas com um pouco de aprendizado, vocês vão descobrir que poder aprender é uma eterna comemoração.

Como primeira lição de casa, coloco abaixo uma frase de um Mestre. Quero que vocês me digam que mestre é esse e se vocês concordam com a frase. Para aqueles que gostam de um desafio ainda maior (lição opcional), quero que digam se eu concordo com essa frase.

Aprender é descobrir aquilo que você já sabe.
Fazer é demonstrar que você o sabe.
Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você.

Vocês são todos aprendizes, fazedores, professores.

E por favor, respondam de quem é para que eu não seja acusado de plágio. Preciso de um nome!

Boa sorte, bom dia e até a aula que vem.

Primeiro Dia

Caro Leitor

Tantas coisas para lhe contar e tão pouco tempo... parece coisa de obra de arte literária, uma frase de efeito, ou mesmo coisa de filme, a mulher com aquele olhar perdido, música de "estou indo embora" , as mãos dadas que vão se distanciando, como naquela famosa pintura que não me lembro o nome, o autor ou onde ela está...

Mas é verdade... decidi ser seu professor (lembra?) e estou , confesso, bastante confuso quanto a o quê e como ensinar. Temos tantos assuntos e tantas filosofias que podem ser desfiados que ainda nem sei como te ajudar...

Mas me lembro de quando eu era professor de coisa existente (inglês) ao invés de professor do etéreo (você). Eu nunca preparava a primeira aula porque ela era sempre uma aula diferente e totalmente sem conteúdo.

Então comecemos nossa aula.

Bom dia alunos (prefiro sempre ensinar e aprender de manhã, sem quaisquer explicações fisiológicas; pode ser vício de sempre ter estudado de manhã).

Antes de mais nada, sejam bem vindos a este curso de ........................... (preencham corretamente; na verdade está é a primeira prova deste curso: vocês saberem o que estão fazendo aqui).

Eu sou o Prof. George e não ligo para apelidos que me derem, desde que sejam explicáveis e demonstrem a sua inteligência na hora de escolher. Mas, por favor, sempre me contem quais apelidos decidiram me dar para que eu possa atender todas vez que for chamado por ele (e também porque sou muito curioso, e saber o que seus inimigos acham de você é sempre fundamental).

Nosso curso será calcado em leitura e fazedura: eu escrevo, vocês lêem e põem em prática o que leram. Depois disso podem interagir pelos comentários ou desistindo do curso, ou mesmo criando seus próprios cursos.

Vou querer conhecer cada um de vocês, mas confesso que nao sei ainda como fazer isso sem me entediar (e não se preocupem, eu sempre esqueço um rosto - ao não ser que seja de uma bela e inteligente moça).

Como eu tenho o dom da palavra e o dom de ensinar, vocês vão ter que ser muito bons em aprender, para pelo menos merecerem minhas aulas.

Tá na hora do recreio! Podem sair, mas lembrem-se que eu gosto de chocolate... 15 minutos apenas, hem?

domingo, 24 de janeiro de 2010

Re-Descoberta






Meu leitor querido
Falávamos de releituras. E eu fiz minha lição de casa, continuo lendo o Ilusões. Você fez a sua lição?
Teremos tempo, não se preocupe... e eu terei paciência, nem sei porque.
Mas vamos lá, vamos falar de releituras. Antes, deixa eu colocar umas premissas, que valem hoje, mas não sei se valerão amanhã: há três livros especiais na minha vida. São especiais na minha vida de hoje, pois eles não saem da minha cabeça e fico aqui fazendo releituras de memória ou de papel (ou seja, reler com os olhos mesmo). Mas também foram especiais na hora que cada um apareceu na minha vida...

Abre parênteses: me sinto envergonhado de não lembrar quem ou quems me meu ou me deram o prazer de conhecer cada um destes livros. Se foi você, ou se sabe quem foi, me conta por favor. Aceita minhas desculpas, mas prometo que não esquecerei mais. Se foi eu mesmo, por sorte ou inspiração, nunca ficarei sabendo porque não vou me lembrar de falar para mim mesmo que eu me dei o livro (ainda bem que tudo isso está entre parênteses, se não íamos, você e eu, ficar meio loucos nesta leitura.) Fecha parênteses.

O primeiro, obviamente O Pequeno Príncipe, abriu meus olhos e mente para o fato de haver gente que escreve e gente que lê com a sensibilidade e distanciamento da "realidade" que acreditava e acredito ser tão necessários. Deve ter entrado na minha vida na hora certa, ou não, mas me serviu bem.
O segundo, Fernão Capelo Gaivota, me ajudou a entender como criar a distância da sobrevivência. Me ensinou que você pode ser diferente e vencedor, sem precisar brigar ou negar teus quase iguais. Este entrou na minha vida em boa hora, tenho certeza. Fez com que eu aprendesse a aprender por conta própria.
Algum tempo depois, apareceu o Ilusões. Li e adorei. Era como o fechamento do aprendizado, a constatação da verdade, a coroação das incertezas enquanto se caminha pelo aprender. Li, entendi, absorvi, e depois guardei o livro.
E a vida foi se movendo... batizado pelo príncipe, acompanhado pelo Fernão e recepcionado pelo Mestre, continuei, sem me mexer ou progredir... não congelei, mas estagnei.
A todo duelo que enfrentava, ia ficando preguiçoso e deixando de lado minhas lições e começando a usar as lições dos outros, viver a realidade mundana.
Por muitas vezes foi divertido, não nego. Fazer algumas coisas erradas, fazer algumas coisas padrão, sem responsabilidade com o "migo" mesmo dá momentos de relaxamento, de diversão e até alegria e satisfação. Mas estes momentos se vão e então temos que sair em busca de novos conflitos e aventuras para de novo ter estes momentos. E isto cansa! E se cansa, não deve ser assim tão divertido.
Mas, faltava algo. E recentemente, algo que faltava aconteceu.
Não vou te contar não, seu curioso! O que interessa é o resultado e não o que aconteceu! Porque se você quiser chegar perto de algo que te aconteça tem que ser um algo teu, não meu!
Mas, não me interrompa!
Aconteceu!
E reli o Ilusões. E foi quase como se fosse uma nova leitura. Me foi ainda mais importante que da primeira leitura. Me ensinou que o livro está certo. (Leia para saber o que ele diz, oras!)
Mas o que mais me valeu, é saber que sempre posso aprender, e como diz o mestre: Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. E que descoberta maravilhosa.

Continuaremos...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Leituras e Releituras

Caro leitor

Hoje alguém me falou do Pequeno Príncipe. Lembro-me bem dele, mas será que lembro de todas as suas lições? Consigo realmente ver que não "adulteci" e que continuo um pouco essa criança que sabe enxergar e sentir?
Fui reler alguns trechos do livro e me veio à memória outros tantos livros marcantes. E um foi muito especial: Ilusões de Richard Bach. Sim, ele mesmo, o que escreveu Fernão Capelo Gaivota.. Ahh, já sei! Você não tem a menor idéia de quem estou falando... Pequeno Príncipe, Fernão, Ilusões...
Vamos ver se te ajudo. Primeiro, não estou falando de Literatura, estou falando de Leitura. Não, não apele para o dicionário para tentar entender a diferença, não vai encontrar nada que te ajude.
Deixa que eu te ajudo.
Digamos assim, em forma simples, que Literatura é a leitura dos outros. É ler obras de arte que para serem totalmente compreendidas, você tem que saber história, sociologia, psicologia, arte, etc. Se não estiver, digamos assim, embuido desses conhecimentos, as obras literárias poderão ser tão massacrantes e inúteis quanto as obras do Portinari (explico isso qualquer outro dia).
Já a leitura são as coisas escritas e por você lidas que criam sua história, seu ser social, sua sensibilidade. Tenho para mim que devíamos ter em nosso currículo as obras e coisas que lemos. Acho que aprendo muito mais de uma pessoa conversando sobre suas leituras que sobre suas virtudes.
Estou começando a acreditar que existe ainda uma coisa importante: a releitura. Voltar a ler os mesmos livros que compuseram minha vida há vários anos e ver como me comporto, como me sinto. Logicamente, ao reler, vou também lembrar um pouco e com certeza de forma deturpada, dos meus conflitos e descobertas. E vou poder ver se me desviei de sonhos, de caminhos ou de missões. Me aguardem.

Enquanto isso, sem autorização expressa do autor, apresento abaixo a introdução do Ilusões para meditação conjunta de meus leitores:

Houve um Mestre que veio à Terra, nascido na terra santa de Indiana, criado nos montes místicos depois de Fort Wayne.
O Mestre aprendeu sobre este mundo nas escolas públicas de Indiana e, ao crescer, em seu ofício de mecânico de automóveis. 
Mas o Mestre conhecia outras terras e outras escolas, de outras vidas que tinha vivido. Lembrava-se disso, e, lembrando-se, tornou-se sábio e forte, de modo que outros viram a sua força e o procuraram, em busca de conselhos. 
O Mestre acreditava que tinha o poder de ajudar a si mesmo e a toda a humanidade, e, acreditando, assim era para ele, de modo que outros viram o seu poder e o procuraram para se curar de seus problemas e suas doenças. 
O Mestre acreditava que todo homem deve considerar-se filho de Deus, e, acreditando, assim era, e as oficinas e garagens em que trabalhava se apinhavam com aqueles que procuravam a sua sabedoria e o contato com ele, e as ruas de fora ficavam cheias daqueles que desejavam apenas que a sombra de sua passagem pudesse cair sobre eles, modificando suas vidas. 
Aconteceu, por causa da multidão, que os vários contraMestres e chefes de oficina pediram ao Mestre que largasse as ferramentas e seguisse o seu caminho, pois havia tanta gente em volta dele que nem ele nem os outros mecânicos conseguiam trabalhar nos automóveis. 
E assim foi que ele seguiu para os campos, e os que iam com ele começaram a  chama-lo de o Messias, o que operava milagres, e, como eles acreditavam, assim era. 
Se sobreviesse uma tempestade, enquanto ele falava, nem uma gota tocava a cabeça de seus ouvintes, o último da multidão ouvia suas palavras tão claramente quanto o primeiro, mesmo que houvesse raios ou trovões no céu. E sempre lhes falava em parábolas. 
E lhes disse: "Dentro de nós está o poder de nosso consentimento para a saúde e a doença, a riqueza e a pobreza, a liberdade e a escravidão. Somos nós que controlamos isso, e não os outros." 
Um moleiro disse: "Essas palavras são fáceis em tua boca, Mestre, pois és guiado como não somos nós, e não precisas trabalhar como trabalhamos. O homem tem de trabalhar Para ganhar a vida Neste mundo."
O Mestre respondeu: "Uma vez havia uma aldeia de criaturas no fundo do leito de um grande rio cristalino. 
"A corrente do rio passava silenciosamente por cima de todos eles, jovens e velhos, ricos e pobres, bons e maus, a corrente seguindo o seu caminho, só conhecendo o seu próprio ser cristalino.
"Cada criatura, a seu modo, se agarrava fortemente às plantas e pedras do leito do rio, pois agarrar-se era o seu modo de vida, e resistir à corrente era o que cada um tinha
aprendido desde que nascera. 
"Mas uma das criaturas disse, por fim: 'Estou farto de me agarrar. Embora não possa ver com meus próprios olhos, espero que a corrente saiba para onde está indo. Vou soltar-me e deixar que ela me leve para onde quiser. Se me agarrar, morrerei de tédio.' 
"As outras criaturas riram-se e disseram: 'Louco! Se você se soltar, essa corrente que você adora o lançará despedaçado sobre as pedras e sua morte será mais rápida do que a causada pelo tédio!'
Mas aquele não lhes deu ouvidos e, respirando fundo, soltou-se, e imediatamente foi lançado e despedaçado pela corrente sobre as pedras!
"Mas com o tempo, como ele se recusasse a tornar a se agarrar, a corrente o levantou, livrando-o do fundo, e ele não se machucou nem se magoou mais.
"E as criaturas mais abaixo no rio, para quem ele era um estranho, exclamaram: 'Vejam, um milagre! Uma criatura como nós, e no entanto voa! Vejam, é o Messias que chegou para nos salvar!'
"E aquele que foi carregado pela corrente disse: 'Não sou mais Messias do que vocês. O rio tem prazer em nos erguer à liberdade, se ousarmos nos soltar. O nosso verdadeiro trabalho é essa viagem, essa aventura.'
"No entanto, cada vez exclamavam mais 'Salvador!', enquanto se agarravam às pedras; quando tornaram a olhar, ele se fora, e eles ficaram sozinhos, inventando lendas sobre um Salvador."
E quando viu que a multidão cada vez o seguia mais de perto, mais terrível do que nunca, quando viu que insistiam para que ele os curasse sem descanso, e sempre os alimentasse com seus milagres, e aprendesse por eles e vivesse suas vidas, foi sozinho para o topo de um morro e rezou. 
E disse em seu íntimo, Ser Infinito Radioso, Se for a tua vontade, deixa que esta taça passe de minhas mãos, deixa-me pôr de lado esta tarefa impossível. Não posso viver a vida de uma outra alma, no entanto dez mil me imploram a vida. Sinto ter permitido que tudo isso acontecesse. Se for a tua vontade, deixa-me voltar aos motores e às ferramentas e viver como os outros homens. 
E uma voz lhe falou no topo do morro, uma vez que não era de homem nem de mulher, nem forte nem fraca, uma voz infinitamente bondosa, que lhe disse: "Não a minha vontade, mas a tua seja feita. Pois o que for a tua vontade será a minha vontade para ti. Segue o teu caminho e sê feliz na terra."
E ao ouvir aquilo o Mestre alegrou-se, deu graças e desceu de cima do morro cantarolando uma cançãozinha de mecânico. E quando a turba o atormentava com seus males, implorando que os curasse, aprendesse por eles, os alimentasse constantemente com sua compreensão e os divertisse sempre com suas maravilhas, ele sorriu para a multidão e disse amavelmente: "Eu desisto."
Por um momento a multidão ficou muda de espanto.
E ele lhes falou: "Se um homem dissesse a Deus que o que queria mais que tudo era auxiliar o mundo sofredor, fosse qual fosse o preço para si, e Deus lhe respondesse o que devia fazer, o homem deveria fazer o que lhe era ordenado?"
"Pois claro, Mestre!" exclamaram. "Devia ser para ele um prazer sofrer as torturas do próprio inferno se Deus lha pedisse!"
"Não importa quais fossem essas torturas, nem a dificuldade da tarefa?"
"Seria uma honra ser enforcado, uma glória ser pregado a uma árvore e queimado, se fosse isso que Deus pedisse", disseram eles.
"E o que fariam vocês, perguntou o Mestre à multidão, se Deus lhes falasse diretamente, em pessoa, e dissesse: 'ORDENO QUE SEJAS FELIZ NO MUNDO, ENQUANTO VIVERES.' O que fariam então?"
E a multidão calou-se e nem uma voz ou som foi ouvido sobre os morros e pelos vales.$
E o Mestre disse: "No caminho de nossa felicidade encontraremos o conhecimento para o qual escolhemos esta vida. É assim que aprendi hoje e prefiro deixa-los agora para seguirem o seu caminho."
E seguiu o seu caminho no meio da multidão e voltou ao mundo dos homens e dos motores.

Pensem, leiam... manteremos contato.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Evolução e Inteligência

Este texto pode melhorar...

E aí meu caro leitor,

Como estão as coisas? Tudo tranqüilo? Conseguiu sobreviver a mais uma chuva, ou nevasca, ou seca, ou qualquer coisa climática que estão atacando a mundo de forma constante e sem trégua?
Antes de mais nada, e para te deixar triste, pequeno, quase que inexistente, você, ser humano, não tem nada a ver com isso!
Não é sua responsabilidade nem sua culpa!
É apenas a Natureza seguindo um caminho todo seu, que se soubéssemos enxergar a passagem do tempo com olhos de Deus, conseguiríamos ver que é quase previsível, quase esperado.
E o triste não é saber que a Natureza sabe o que faz. O triste é saber que como nada fizemos, nada podemos fazer para modificar, interromper ou reverter tudo isso. Somos ninguém nessa equação cheia de magias e incógnitas que foram feitas para permanecerem assim. Até as borboletas, se souberem bater as asas em conjunto, são mais influentes que nós, reles seres humanos.
Sim, temos que tomar conta de nossas casas, mas nossas casas são apenas as cidades e terras que construímos e destruímos.
Mas, se conseguimos arranhar o todo, este todo magicamente se cicatriza, sem deixar marcas... até perder a paciência e decidir acabar de vez com esta coisa irritante chamada "gente".
Mas o mais importante, é que o Deus, a Deusa ou seja lá quem, com o poder que nem conseguimos entender, ao bolar este intrincado mundo pensou bem, deu uma de mentiroso, e convenceu este ser que "evoluía" de que sair dos mares e ir para a terra seria o suprassumo da evolução inteligente. Com isso, este ser dominou os continentes, se sentiu no direito de tudo fazer, e esqueceu que fora peixe. E, com uma mentira divina, 71% deste planeta foi salvo deste ser humano.
São estes oceanos que mantêm a ordem e o equilíbrio e deixam a Natureza seguir seu ciclo divino.
Mas, se nós, humanos, nos esforçarmos, poderemos mudar isso... e destruir também os oceanos! E assim provaremos que a evolução e a inteligência podem tudo, menos preservar!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Dicas de Paz Interior

Caríssimo Leitor
Há quanto tempo! O que andou fazendo nesta semana? Já pegou o ritmo de ano novo? Pensou no que eu disse?
Eu? Meio que buscando caminhos eternos de paz interior, e até que sentindo que estou no caminho certo. Inveja? Não seja bobo. Até você consegue!
Quer umas dicas?
Primeiro, queira essa paz. Muitas pessoas não a querem pois acham que a afastam do primeiro milhão de dinheiros.
Segundo, aceita o fracasso. Se você não aprender a aceitar o fracasso vai ficar lutando acima de suas capacidades e vai acabar se auto destruindo.
Terceiro, saiba-se íntegro. Nenhuma ação exterior te dará a integridade. Ela é sua, pode ser pequena, pode ser humilde, pode ser um nada comparada a outras, mas é a integridade com a qual você consegue lidar e viver. Não queira ser o outro. Não assuma responsabilidades que te destruirão. Saiba ser a engrenagem, sem precisar ser o motor.
Quarto, lembra que a paz interior é sua. Ninguém vai notar e nem te elogiar por ela existir. Busque-a por si e não pelos outros.
Quinto, lembrando Willem Reich, ela é como a liberdade: deve ser conquistada e deve ser mantida todo dia, sem descanso. Nunca transfira a responsabilidade dela existir para ninguém, nem que seja a pessoa mais importante de sua vida; esta pessoa já tem sua própria paz interior para conquistar e preservar.

Tô sério hoje, né? Deve ser a idade.

Fica em paz (hehe).

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ano Novo Diário

Meu leitor querido,
Como foi seu começo de ano? Fez tudo certinho, como manda a tradição? Deu os pulinhos e sei lá mais o que que se faz em virada? Ah, sim... lembrei! Fez suas resoluções?
Anotou para não esquecer?
Então me conta, porque fazemos resoluções a cada virada de ano?
Tenho certeza que isto está ligado ao sentimento de mudança, esperança e promessas de coisas melhores. Em geral paramos para meditar, fazer uma análise do que deu certo e errado no ano que acaba e o que faremos para que as coisas ruins não se repitam e as boas se multipliquem.
Aqui está um porém: são poucas as pessoas que conseguem meditar, avaliar e entender o que se passou durante o ano. Normalmente esquecemos muitas coisas, seja pela eterna correria, seja pelo simples fato de que não fomos marcados por alguns eventos ou ainda porque fomos "vítimas" de acontecimentos onde vivemos as conseqüências sem entender a grandiosidade do ato (como diz meu chefe, conseguimos ver as árvores mas não enxergamos a floresta).
Como queremos, então, nos dar o direito de análise se somos falhos na percepção? Como teremos condições de dizer o que erramos se não somos capazes de enxergar erros nossos que afetem apenas os outros? Não entendeu? Explico: teoria do caos:
"O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque"
Esta borboleta nunca poderia pensar em fazer uma resolução de não bater as asas em Tóquio pensando nas pessoas em Nova Iorque simplesmente porque ela não tem a percepção de seus atos e nunca estudou a teoria do caos. (se quiserem aprender, pesquisem no Google!)
Então não temos uma solução para nosso problema, certo?
Obviamente que você está errado! Há sim uma solução! Chama-se Teoria do Ano Fatiado. Seja humilde, reconheça sua incapacidade de análises anuais e tente trabalhar em intervalos menores. Quiçá diários!
A cada dia, por exemplo, durante seu banho matinal (toma banho de manhã, né?) pense no seu dia anterior e no que está começando, medite e faça resoluções com objetivos diários. Se preferir, pode fazer isso ao dormir mas em geral as resoluções se enfraquecem com o passar da noite.
Se você gostar da experiência, pode diminuir ainda mais o intervalo de análise, quiçá a cada ação ou falta dela e aumentar a duração das resoluções.
Se for levando isso ao limite descobrirá que existe a consciência, a felicidade, a beleza e a verdade.
Só não seja um sofista e acabe concluindo que nada fazer, apenas analisar e sentir é a perfeição. Isto é uma bela mentira pois a melhor forma de sentir é fazer parte da sensação e não apenas um buraco negro de recepção.
Feliz Ano Novo Diário!
 
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