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Você está proibido de ler este blog fora de ordem! A nova ciência da tecnologia criou uma nova ditadura de formas e conteúdos e tive que fazer algumas mágicas para que as coisas apareçam na ordem certa (mas nem sempre funciona)!
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domingo, 31 de janeiro de 2010

Final de Semana

Pessoal

Como hoje é domingo, vamos falar de domingo.
Para que serve um domingo? O domingo na verdade é reflexo da cultura em que este dia se encontra.
Uma das coisas brasileiras é ser a incoerência de ser o primeiro dia da semana e ao mesmo tempo o último dia do final de semana.
Já em outras culturas, ele está colocado lá no final, pertinho do sábado, é chamado apropriadamente de final de semana e tenta obedecer ao conceito "e no sétimo Ele descansou".
Mas eu tive a grande oportunidade (ou seria grandes oportunidades) de estar em Israel duas vezes e lá, o domingo é o primeiro dia da semana e é um dia normal de trabalho.
Nem sei te falar de outras culturas, mas não pense que é discriminação, é ignorância e preguiça de aprender mesmo. Mas se alguém quiser me ensinar, sinta-se à vontade.
Mas voltemos ao domingo que eu conheço. Se o chamaram de dia de descanso, o enganaram direitinho. Ele, junto com o sábado e a cultura moderna atual, são o que eu chamaria de dias saco de lixo. Senão, vejamos:
Se você tem um trabalho normal ou um estudo normal, ou faz de conta que tem, de segunda a sexta, você já sabe o que tem que fazer e pode ser um robozinho bem comportado, pois já programaram cada instante do seu dia (e noite) e ainda estão tentando ver se colocam mais algumas horas nas 24 já existentes. Você passa cinco dias da sua vida triste ou feliz, a escolha é sua, mas sem qualquer dúvida sobre o que tem que se feito. Aí chega o final de semana, que alguns, mais afoitos, tentam começar na sexta à noite mesmo. E aí você tem pela frente dois dias que, aparentemente, são seus. Aí, graças a deus, as pessoas começam a ter reações diferentes, mas sempre iguais:
  • Se você começou seu final de semana na sexta, enchendo a cara com os amigos e amigas, o sábado já amanhece morto, um lixo. Afinal, você tem que descansar para sair sábado à noite. E se sua consciência, parentes, vizinhos e amigos deixarem, você acorda no meio da tarde preocupado em saber o que fazer à noite. E isso se repete no dia seguinte, mas apenas a parte de perdê-lo, pois a farra do domingo à noite já é meio complicada devido à segunda.
  • Se você é dos que preferem usar o final de semana para coisas mais "produtivas", provavelmente já passou a sexta à noite planejando. É nesse momento que você mais aprende sobre ser um profissional: planejar (e realizar) com recursos parcos e dependendo de outros é uma tarefa se não hercúlea, muito frustrante. Se você planejou consertar o carro ou limpar a piscina ou levar o animal para o veterinário ou fazer umas compras básicas, ou resolver alguns problemas caseiros, você começou escolhendo tarefas não exatamente gratificantes e mesmo assim, muito concorridas, pois você com certeza não é o único a encarar o final de semana para estas tarefas. Vai ter que acordar cedo, vai ter que por o cérebro para trabalhar acelerado (afinal, você está saindo da rotina e ele não está acostumado), se for sair vai achar tudo cheio de gente igual a você e ainda vai ter que contar com a sorte de ninguém achar que você não vai fazer nada no final de semana e te escalar para alguma tarefa que você nem desconfiava. E isso é só o sábado. Espera chegar o domingo, quando você verifica que não fez tudo o que queria, que este dia é meio morto pois nem tudo está funcionando para te atender e você não pode exagerar em nada porque amanhã já é segunda.
  • Se começou seu final de semana pensando em viajar, espero que seja uma viagem muito importante e diferente. Porque o trabalho que dá viajar numa sexta à noite para voltar num domingo à tarde, só se for uma viagem especial.
  • Se você planejou passar o final de semana em família, com os filhos, os pais ou os netos, primeiramente você precisará verificar se o perfil deles não se encaixa em nenhum dos anteriores, ou seu final de semana pode ser ver filhos dormindo feito anjos ou gambás, cônjuges atarefados, netos à frente da televisão ou você simplesmente sozinho, na dúvida se segue a maioria ou se se revolta e declara o final de semana só seu.
Essas são apenas algumas das reações ao final de semana. Tenho certeza que se sentarmos num barzinho (num final de semana) você vai se lembrar de mais casos, vai rir, encher a cara, perder o sábado e esquecer o que deveria ter aprendido.
Então, como "resolver" esta situação?
Não me veja como o especialista, o cara que sabe de tudo, pois já passei por todas as fases acima, as achei normais e, a cada fase, as outras pareciam coisa de criança ou de velho. Mas não as esqueci, e assim hoje consigo ver o todo.
A solução é simples: esqueça que existe um final de semana e um meio de semana. Finja que não há rotinas e sim tempos. Veja o ontem, o hoje e o amanhã como uma coisa só. Ao invés de procurar os tempos para fazer as coisas, faça as coisas que os tempos permitem, facilitam ou exigem. E lembre-se que a melhor companhia para você fazer o que quer é você mesmo, não fuja disso.
Se pegou fila, se tá no trânsito, se está sozinho, se está de ressaca, curta sua própria companhia, troque idéias e experiências consigo mesmo (e isso vale para qualquer dia da semana) e você naturalmente fugirá do choque cultural imposto pela sociedade trabalhista.
Seja superior aos tempos burocráticos pois o verdadeiro tempo é aquele que você lembra, guarda e cresce. Os outros, onde você apenas passa, são desperdícios de algo que é infinito apenas para os outros.

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