INSTRUÇÕES DE USO

Você está proibido de ler este blog fora de ordem! A nova ciência da tecnologia criou uma nova ditadura de formas e conteúdos e tive que fazer algumas mágicas para que as coisas apareçam na ordem certa (mas nem sempre funciona)!
Embaixo você vai poder ler as últimas partes escritas (mas só se você já leu o resto) - não me obedecer pode gerar sua expulsão desta minha doação literária! Para ajudar, olhe à sua esquerda e vai ver um índice... sabe o que fazer com ele?

domingo, 31 de janeiro de 2010

Conversas...Conquistas...

Você, leitor, o que escutar hoje de mim?
Aproveita que estou bonzinho! Mas não é graças a você e sim a outras pessoas que me deixam nervoso e só de vingança eu fico bonzinho com os outros.
Ah, você quer que eu fale sobre as coisas que me deixam nervoso? Já sei... isso é um truque da sua magnânima bondade! Se eu ficar nervoso com você, vou ficar bonzinho com outros e assim você acaba fazendo uma boa ação! Muito esperto!
Mas vamos lá, vamos ver se eu consigo destruir teu plano, pelo menos em parte.
Na verdade não estou nervoso, ninguém mais consegue me deixar assim (já sei, você deve estar usando sua lógica dedutiva e concluindo que se não mais fico nervoso, não sou mais bonzinho, ou, alternativamente, sou um simples mentiroso - duas deduções inúteis...).
Na verdade, tenho me perguntado se é mais importante falar baixinho para ouvidos que ouvem ou gritar para os surdos. Deixe-me consertar a pergunta: se falo baixinho e parece que não me ouvem devo gritar, indicar um otorrino ou mudar de ouvinte?
Já sei, já sei, você não tem a menor idéia!
Me faz um favor, então! Seja um ouvinte apenas, daqueles que não retrucam e nem interrompem... pode ser? Só hoje, por favor?

A partir deste instante esta conversa é unidirecional, por assim o quero:

Falava eu de falar... mas o ato de falar envolve muito mais que simples capacidades vocais e mentais. Ao se falar, se quer ser escutado, levado a sério, mesmo que você tenha que deturpar um pouco as idéias (mas nunca os ideais). Para isso você tem que saber escolher quem será castigado pelas tuas palavras ou ter a sorte do seu ouvinte saber escolher de quem quer escutar (pode ser até por inspiração divina).
E ao falar, você tem que se sentir feliz em dizer. Tem que ser praticamente uma descoberta conjunta, ou pelo menos a primeira formatação de pensamentos soltos. Se você vai falar algo que já pensou e formatou, vira discurso, você vira egoísta e com isso nada ganha.
Sim, porque o maior motivo de se querer falar é ganhar a forma das palavras para suas idéias perdidas ou ainda não encontradas. Só assim elas, as idéias, têm a chance de se tornarem perenes ou pelo menos duradouras.
Mas falar para o vazio é doloroso, é como mergulhar em si mesmo através de ouvidos de outrem e encontrar apenas escuridão, rezando que quando você disse que o poço era raso, você tivesse acertado. Eventualmente você chega ao fundo e, por mais raso ou fundo que tivesse sido, te dói ter caído sozinho.

Voltemos à conversa bidirecional. Pode falar, se quiser.

E agora, com essa mania de novas tecnologias, ganhamos e perdemos. Ganhamos porque agora consigo falar quando sinto vontade sem ser imediatamente ouvido (como agora neste blog, seu tonto!) mas na crença absoluta que os ouvidos que me lerem não serão mudos ou surdos. Mas perdemos, porque perco seu olhar, suas reações, seu sorriso do meu sucesso ou seu olhar duro do meu avançar por caminhos que não devia. Ganho porque te alcanço, perco porque te conquisto sem saber.

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