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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Rascunhos de Um Pensar - Parte 06

Ok, destruí todos os conceitos básicos, tempo, espaço e matéria, relevei a energia para um plano de mero intercâmbio de existências  e venerei a negação, o espaço vazio, o nada, como núcleo de convergência e entendimento.

E agora?

Da teoria à prática...

E essa é a parte onde toda ajuda é bem vinda. Se nossas teorias têm algo de verdadeiro e nós ficamos aqui, nas beiras de cais, vendo os navios partirem, nunca saberemos se naufragaram ou se novas terras conquistaram,  a não ser pela noticias ou pela falta delas.

Precisamos partir tão corajosamente quanto nossos iguais e se fracassarmos por caminhos errados ou por idéias tortas, a maioria nunca saberá, só nossa ausência sentirá e provavelmente em mártires nos tornará.

Mas confesso que ainda não sei como transformar esses vislumbres de um mundo total em pelo menos capítulos reais do meu mundo atual.

Sei a busca básica: me desvincular do tempo, espaço e matéria e conquistar o nada, por ele navegar, pelos meus pensamentos fluir e interferir.

Mas antes temos algumas lições de casa a resolver.

Uma delas é quanto aos leigos mortais que se prendem aos seus realismos atuais de forma quase perpétua. Após termos enxergado o Nada, como devemos nos comportar quanto a aqueles que não têm a menor idéia do que estamos falando?

Outra dessas lições de casa é como nós mesmos transformamos essas ainda crenças em atos e evoluções? Temos que seguir rituais, procedimentos e outras instruções e meditações para atingirmos níveis de compreensão suficientes para a realidade no Nada?

Uma coisa de cada vez. Pensemos em nossos iguais, os leigos mortais. Primeiramente precisamos entender que eles são realmente iguais a nós. Nada há de diferente entre eles, que não enxergam o que enxergamos, e nós, que acreditamos enxergar um nada, um desvínculo de imagens e de verdades científicas criadas a partir de um Nada negado. É importante entendermos que não há o certo ou o errado, o avançado e o principiante. O que há de diferente é apenas um novo grau de liberdade, nos libertamos do conhecimento formal. Permitimos às nossas mentes, ainda guiadoras da maioria das nossas ações, que passeiem pelos caminhos não necessariamente sólidos em busca de paisagens e brisas que tragam um conforto maior que o da segurança, o conforto da satisfação de se saber livre de regras e barreiras, a satisfação de descobrirmos que não temos limites.

Ao chegarmos a esse nível de liberdade e conforto em momento algum negamos qualquer realidade, inclusive aquela que até então conhecíamos como única. Por muitas vezes povoaremos esta realidade "antiga" pois é nela que calcamos boa parte de nossa existência e ela é tão verdadeira quanto qualquer outra. Será em muitas ocasiões nosso porto de descanso entre tantas redescobertas que vivenciaremos a partir da nova liberdade.

Então deve ser um processo simples como o de um pintor abstrato jantando com seu amigo, um físico quântico: eles não fazem medições de conhecimentos nem deixam que suas individualidades mascarem ou obscureçam as existências que os cercam. São conhecedores de seus próprios potenciais, talvez desprezem o conhecimento que o outro tenha, mas não se mostram  maiores ou mais importantes que seu companheiro de refeição.

Assim devemos nos comportar. Se achamos que tenhamos evoluído ao conhecer o Nada não podemos pressupor que nosso colega, vizinho ou parente não tenha conhecido alguma outra forma do Nada se manifestar. Ele pode até ter encontrado o mesmíssimo Nada que encontramos e decidiu negá-lo, ou adiá-lo na sua vida!

Ou pode estar pensando exatamente igual a você! Feliz de ter conhecido o Nada e não se sentindo superior a você, que não demonstrou ter tido a mesma sorte.

O importante é entender que conquistar o Nada em nada muda qualquer dos mundos pelos quais você vagueie. Ele apenas te permitiu conhecer uma infinidade deles.

Com isso acho que resolvemos nossa primeira grande questão, a de como conviver entre humanos, sabedores ou não dos poderes do Nada.

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