Hoje não estou me sentindo especialmente natalino, não estou coberto de pensamentos bons e presentes interessantes. Também não tenho presentes a distribuir neste dia.
Mas hoje amanheci com vontade de quebrar uma regra: aquela apresentada no primeiro capítulo que diz:
"defino que o "Caro Leitor" será a segunda pessoal do singular, aquele tal de "tu". Então, caro leitor, tu és, tu estás , tu serias ou tu nunca serás... um resumo do meu poder."
Eu não gostei desta intimidade que criei com VOCÊ, leitor, e decido, de agora em diante, que o "tu" somente será usado quando eu quiser (talvez quando eu queira criar um clima de cumplicidade, ou de individualidade). Mas na maioria das vezes você será apenas algo parecido com VOCÊ.
Isso tudo me leva a pensar: porque criamos regras? Nós as criamos para que nossas vidas entrem em automático, para que cada momento não seja um de decisão. Criamos regras e as impomos aos outros para transformá-los em minimamente previsíveis.
Precisamos desta segurança para que tenhamos forças para atitudes e pensamentos menos mundanos, menos sobreviventes. Será isso evolução?
Criar regras também é uma forma de mostrar poder, ascendência, diferentemente da força bruta ou da maior capacidade de sobrevivência que encontramos em outros animais.
Obedecer às regras, sejam nossas ou de terceiros, é mera conveniência. Nós não estamos acostumados a questioná-las.
Já quebrar regras é instigar a mente e o corpo, é pensar sem parar e deixar a adrenalina correr e corroer seus pensamentos.
E, no fundo, quebrar regras é fazer novas regras, pois nunca conseguiremos ser tão puros a ponto de simplesmente não ter a menor idéia do que sejam regras...
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